5 de abril de 2008

Cheguei em seu quarto. Ela dormia com uma face angelical. Fechei a porta me aproximei da cama. Fechei os olhos e imaginei.
Rocordei-me de cada momento que ela me maltratou e me humilhou. Cada tapa que levei daquelas mãos que agora estavam repousadas. Tive raiva. Uma raiva que percorria cada veia do meu corpo.
Olhei-a novamente. Ela, com os olhos fechados, a mão por baixo do travesseiro, sua boca calma e serena. Senti um frio na espinha.
Segurava a faca entre minhas mãos. E tremia. Sentei na cama e acariciei seu rosto. Ela abriu os olhos e se assustou com minha presença:
_ O que você está fazendo aqui? –ela gritou.
_ Vim fazer o que deve ser feito, meu bem.
Vi medo em seus olhos e sussurrei:
_ Volte a dormir, querida.
Levantei a faca e a mirei contra seu pescoço. Senti uma lágrima fria rolando sobre minha face.
Ela segurou com força meu pulso, e gritou:
_ Você está louca!
Ignorei-a e fiz força contra seu pescoço. Sou mais forte que ela e todos sabem disso. ela resistiu mas aos poucos a dominei. Mais uma lágrima escorreu em meu rosto. Dessa vez era uma lágrima quente. Quente de ódio.
Seu sangue espalhou-se pela cama, vi minhas mãos vermelhas e senti um prazer imenso por alguns instantes. Eu chorava e via seu corpo esvaindo-se de sangue.
O inferno tinha se acabado naquele momento e nunca mais ela iria me perturbar com aquele risinho sarcástico e suas piadas sem graça.
Encerrei meu trabalho. Deixei a faca fincada em seu pescoço e fechei seus olhos, que naquele momento demonstravam terror. Acariciei seu rosto e parti. Parti pela mesma porta que entrei e sumi diante da escuridão da noite para nunca mais voltar.