23 de abril de 2010

É beleza
É doçura
Tem cara de desejo e pecado
Brincando com os lábios e com as palavras
Fascina quem passa
E se vai, se esvai
À margem de toda opinião
Um homem, um menino, um encanto
Olhos que me fazem mergulhar na imensidão de meus pensamentos mais terrenos
Ou mais sublimes
Totalmente paradoxal
Dispensa rimas e grandes estrofes
Pois a caneta também já se apaixonou
Sem ao menos conhecê-lo
E não quer mais escrever.

*escrito em 23/04/2010
Buscando o desconhecido
Criando labirintos
Observo tudo como espectadora
Rio às vezes
Ou preocupo-me
Mas eu quero esse futuro
Que chega devagar
Surpreendo-me a cada dia que passa
Sento em uma sarjeta qualquer
E apenas analiso.
Pois é assim que se brinca
Pois é assim que se vive.

*escrito em 23/04/2010
Vinte para as oito
Marca o relógio
Os números regem o ser humano
Ouço apenas silêncio na sala
E eu escrevo
Viajo em minha própria mente
Mas o relógio insiste em fazer o tempo correr
Eu tento pará-lo, mas ele não quer
Imploro ao tempo que passe mais devagar
Apenas para meu eu-lírico contemplar
A beleza da inspiração transformada em poesia.

*escrito em 22/04/2010
Palavras desperdiçadas
Palavras jogadas
Palavras sem sentido
Pra que tudo isso?
Desabafo desvairado
Gastando o verbo e o substantivo
Para o nada
O pensamento humano é utópico
Não existe e nem vai existir.
Então pra que gastar tantas palavras?
Porque gosto de sonhar
E sonho muito
Pois desconheço o futuro.

*escrito em 22/04/2010
Somente contemplo
Pequenas coisas
Gestos, olhares
Aqui é tudo tão vivo
A imaginação viaja
Peco em pensamento
Não vou conseguir chegar até o fim
Novidade já passada
Senti na pele e quero sentir de novo
E dessa vez não vou conseguir prever
Como fiz das outras vezes
Não tenho o controle e gosto disso
Pela primeira vez estou de mãos atadas
E vivo sem saber
Só sei que desejo
Só sei que quero
Só sei que não sei.

*escrito em 22/04/2010

22 de abril de 2010

Una noche que se pasa
Conocemos personas eternas
Por apenas un momento
No piensas en la mañana del proximo día
Y todo el mundo queda en alquel espacio
Algo pequeño, pero unico
Y percebes que en poco tiempo las cosas cambian
Mejor o peor?
Diversidad necesaria
Amistad?
Quizás...
Personas necesitam de cariño apenas.
El verdadero quizás no exista
Pero la amitad existe siempre.

*escrito em 21/04/2010
Farrapos
Cacos
Estilhaços
Derrubados
Ninguém sabe o que aconteceu
Desespero
Desapego
Mentiras mal contadas
Poema de guardanapo
Demonstra medo
Insegurança
Ansiedade desesperadora
Amanhã não se sabe
Nem se quer saber.

*escrito em 20/04/2010
Não existe um meio termo entre as crianças
Nada diplomáticas
Resolvem tudo da forma mais simples possível:
No tapa e no choro.
Ah, pudéssemos nós sermos como os pequenos
Que não se importam com o amanhã
Que brincam vivendo e vivem brincando
Amarelinha, geladinho, piscina de bolinha
O futuro da sociedade hoje ri inocentemente
Com olhos que nem ao menos entendem o presente.
Conversas desbocadas, sinceridade à flor da pele.
O que você vai ser quando crescer?
Grande. E chato.

*escrito em 20/04/2010

Um passo pra trás
Dois passos pra trás
Caminhando para o pecado
Rastejando pelo abismo
Talvez sem volta
Voltando para o profano
Aceitando a condição
Tudo nos tenta
É tentação
É provocação
É inquietação
E mais um passo pra trás
É o fim, é o fim.

*escrito em 15/04/2010
Eu acho que
Tenho certeza
Daquilo que quase sou
Eu pensei muito
Virei o mundo
Cruzei barreiras
Que eu mesma havia determinado
Aqui ninguém sabe
Ninguém viu
Mas existiu
Deixa pra lá o passado
Apague as luzes
Feche os olhos
E finja que nada aconteceu
Silêncio sem ponto final, por favor.

*escrito em 19/03/2010