24 de novembro de 2011

Lua

Linhas ingratas que guiam pensamentos bagunçados
A madrugada inspira o eu-lírico 
Eu não devia estar aqui, mas não consigo não estar
"Não" é negação, mas também pode ser simplesmente um orgulho bobo 
Que muitas vezes incomoda uns e outros


Viajo a um paraíso com a incerteza de retorno 
Vou, fico, não durmo, não acordo. 
Não vivo, não sinto, não cheiro, não quero. 
Não vejo, não olho, não ouço nem escuto. 


Abstraio-me subjetivamente calada
O pensamento já não é mais o mesmo
Os versos diminuem
As palavras também
Silêncio, é tudo o que preciso. 


Acordo. Olho ao meu redor. 
Tum-tum-tum-tum
O que é isso? 
- Um coração disparado querendo viver
"Oh, céus, deixe-o sair!"


Vá viver, coração. Saia, inspire-se, mas volte
Volte, pois preciso de você dentro de mim. 
Dentro deste corpo que só sente quando você pulsa
Tum-tum-tum-tum


Madrugada a dentro, não vejo o sol nascer
Os olhos não querem enxergar, pois uma hora se cansam
O corpo está denso, não se aguenta
Até a próxima linha ingrata guiada por pensamentos bagunçados me encontrar novamente. 

Um comentário:

Murilo Reis disse...

Sua mente inquieta também é bem interessante além dos 140 caracteres do Twitter.

Gostei do espaço.
E com o perdão da rima, um abraço.